O texto abaixo foi retirado do endereço: http://judaismohumanista.ning.com/forum/topics/o-que-e-um-judeu-por-leon-tolstoy-1829-1910 , publicado por Jayme Fucs Bar em 29 abril 2013
Leon Tolstoy (1829 - 1910) descendente de uma família cristã da nobreza russa e um dos maiores escritores e romancistas do mundo, autor de obras como "Guerra e Paz"e "Anna Karenina", escreveu:
O que é um judeu? Esta pergunta não é, de forma
alguma, tão estranha quanto parece. Vejamos que tipo de criatura peculiar é o
judeu, molestado e violentado, oprimido e perseguido, esmagado e assassinado,
queimado e enforcado, coletiva e individualmente por tantos governantes e povos
e que, apesar de tudo isso, continua vivo. O que é um judeu, aquele que nunca
se deixou levar por todos os bens terrenos, que lhe eram oferecidos,
constantemente, por seus opressores e perseguidores para que trocasse sua fé e
abandonasse sua própria religião judaica?
O judeu é este ser sagrado que trouxe dos Céus a
chama perpétua e com esta iluminou o mundo inteiro. Ele é a vertente religiosa,
nascente e fonte de onde todos os outros povos tiraram suas crenças e suas
religiões.
O judeu é o pioneiro da liberdade. Mesmo outrora,
quando o povo se encontrava dividido em apenas duas classes distintas, escravos
e senhores, mesmo naquela época longínqua, a Lei de Moisés proibia a prática de
se manter uma pessoa em cativeiro por mais de seis anos.
O judeu é o pioneiro da civilização. A ignorância
foi condenada na Palestina da antiguidade ainda mais do que o é em nossos dias
na Europa civilizada. E ainda, naqueles dias de selvageria e barbárie, em que
nem a vida nem a morte de ninguém valia algo, Rabi Akiba não se absteve de se
declarar abertamente contrário à pena capital.
O judeu é o emblema da tolerância civil e
religiosa. "Ama o estrangeiro e o forasteiro", ordenou-nos Moisés,
"porque estrangeiro foste na terra do Egito". E isto foi proclamado
naquela época remota e selvagem em que a principal ambição das raças e dos
povos consistia em se esmagarem e escravizarem uns aos outros. No que tange à
tolerância religiosa, a fé judaica não apenas está muito distante do espírito
missionário de converter pessoas de outras denominações. Muito pelo contrário,
o Talmud ordena que os rabinos informem e expliquem a todo aquele que, por
vontade própria, venha a aceitar a religião judaica, todas as dificuldades
contidas nessa aceitação, e que façam ver ao prosélito que os justos entre os
povos têm o seu quinhão na imortalidade. De uma tamanha tolerância religiosa,
tão elevada e ideal, nem mesmo os moralistas de hoje podem se vangloriar.
O judeu é o emblema da eternidade. Aquele que nem o
assassinato nem a tortura, ao longo de milhares de anos, puderam destruir,
aquele que nem o fogo nem a espada nem a inquisição foram capazes de eliminar
da face da terra, aquele que foi o primeiro a produzir os oráculos de D'us,
aquele que há anos é o guardião da profecia, e que a transmitiu ao resto do
mundo. Uma nação destas não pode ser destruída. O judeu é perene, tão perene
quanto a própria eternidade".
Nenhum comentário:
Postar um comentário