Israel X Hamas
Novamente vem a tona um assunto
muito complexo e polêmico, e infelizmente pouco conhecido que é o processo que
se desenrola na região de Israel. O conflito Israel X “Palestina”.
Uma coisa a ressaltar são as denominações
dos dois lados: Israelenses (maioria judeus, mas também, cristãos, muçulmanos e
drusos) de um lado no atual Estado de Israel, que é um estado laico democrático
e de maioria judaica (tanto religiosa quanto secular), mas não é um Estado
Judeu. De outro lado temos cidadãos Muçulmanos de origem Árabe que ocupam uma
estreita faixa de terra chamada de “Faixa de Gaza”. Ambos os lados tem suas
justificativas e suas hostilidades. Tentaremos fazer uma síntese deste conflito
para que o leitor possa formar sua opinião.
Criação do Estado de Israel
Deve ficar bem claro neste
instante que os judeus sempre habitaram o atual território israelense,
descendentes dos antigos habitantes do Reino de Israel, e mesmo durante os
vários séculos de domínio de assírios, persas, romanos, muçulmanos e
britânicos, sempre estiveram presentes nesta região. Somente nos últimos
séculos é que se tornaram uma minoria na região, que foi pouco a pouco sendo
dominada por povos (também de origem semítica) provenientes da península arábica.
No final do século 19, judeus
europeus (descendentes de migrantes que lá se encontravam a mais de um
milênio), sionistas políticos (nacionalistas judeus), começaram um processo em
massa de enviar colonos judeus de toda a parte do mundo para repovoar junto com
os judeus autóctones, sua antiga terra natal (de seus antepassados). No
princípio esta colonização não causou problemas, devido a região não ser
povoada como é hoje, mas isto se agravou quando as comunidades tornaram-se
maiores e o espirito nacionalista começou a tomar forma, e o desejo de um
estado autônomo judeu começou a ganhar corpo.
Tensões
As tensões aumentaram como era
natural quando uma minoria começa a ganhar tamanho. Para piorar a situação,
Adolf Hitler contribuiu para este processo, pois tendo países islâmicos como
aliados, desenvolvendo métodos de extermínio de judeus em massa na Europa,
holocausto, findada a segunda grande guerra, a “comoção” mundial auxiliou para
que levas cada vez maiores de judeus sobreviventes dos horrores da guerra
fossem sendo enviados para Israel, que ficou sob influência britânica. A
violência começou a surgir e aumentar de ambos os lados, e para tentar
interferir, a ONU, no ano de 1948, delibera sobre a criação do Estado de
Israel, onde 55% do território controlado por britânicos ficaria para os
judeus, que na época representavam 30% da população e se espremiam em apenas 7%
do território proposto. Então começou a “Guerra”.
Guerra civil
Para confrontar e expulsar os
invasores (e também os naturais da terra) surge o Exército de Libertação Árabe.
A intenção deste exército era o de destruir na verdade todo o judeu em solo
“palestino”, independente se era os sionistas europeus ou os judeus autóctones
que já habitavam o território desde antes da chegada dos árabes muçulmanos. Os
conflitos começam, e as milícias sionistas acabam se transformando nas forças
armadas que defenderiam os israelenses. No entanto, os muçulmanos perderam a
guerra e perderam territórios. Árabes da palestina tornaram-se refugiados, as
fronteiras de Israel avançaram e nunca mais existiu paz.
Conflito na Faixa de Gaza
O conflito em Gaza teve inicio a
partir da década de 60, quando após Israel vencer a guerra dos seis dias e
ocupar o território militarmente. Com o passar do tempo, as áreas conquistadas
pelos israelenses foram sendo devolvidas, ultimamente até as tropas militares
foram retiradas de territórios conquistados, entre eles Gaza. Na Cisjordânia a
presença militar israelense ainda é presente.
Democratas liberais
Por incrível que pareça, os Sionistas
em Israel são um pequeno grupo extremista e fundamentalista, que não representa
a atual politica israelense, que é formada por grupos de coalisão, de forma
democrática e liberal, onde apesar de todo o ambiente é possível ter um
igualitarismo partidário o que não acontece aqui no Brasil por exemplo. Pessoas
de varias etnias, mas que possuem cidadania israelense pode votar e ser
votados, tendo parlamentares cristãos, árabes, drusos e é claro, israelenses. O
problema deste liberalismo e real democracia é que partidos de cunho ultrarreligioso
também chegam ao parlamento, e nos últimos anos vem ganhando muita força no
cenário politico israelense.
Em 1993, de acordo com o tratado
de Oslo, os territórios ocupados deveriam ser evacuados e dada o reconhecimento
para os palestinos, o que não aconteceu, mas por falhas de ambos os lados, em
um círculo vicioso, que fez com que a presença militar israelense se tornasse
presente diante do crescente ataque de grupos terroristas que crescem a cada
dia, como o Hamas, o Al’Fatah, Irmandade Muçulmana, Al’Qaeda, etc, que surgiam
devido a presença militar israelense, que atuava devido aos ataques deste
grupo, de forma quase que infinita neste ciclo.
O primeiro ministro Yitzhak
Rabin, que propôs o acordo, foi assassinado por militantes terroristas
palestinos. Por mais que Israel mantenha o fornecimento de água, energia,
alimentos, etc, em solo de Gaza, os palestinos acham que isso é uma afronta e
opressão (por mais que se não fosse esta ajuda, possivelmente não teriam como
manter a sua sociedade).
Conflito atual
O Hamas, fundado em 1987, chegou
ao poder em Gaza (já que na Cisjordânia, a outra metade do futuro estado da
Palestina, quem controla é outro grupo terrorista, o Al’Fatah) em 2007, tem por
ideologia (consta em seu estatuto de fundação e amplamente divulgado pela mídia
palestina) a destruição sumária de todo o judeu no mundo e a aniquilação do
Estado de Israel.
No dia 12 de junho de 2014, três jovens
estudantes israelenses foram sequestrados, assassinados e tiveram seus corpos
carbonizados por militantes do Hamas, em mais uma de suas várias práticas
contra Israel. Após quase duas semanas deste acontecido, um jovem palestino foi
sequestrado e morto. A culpa foi colocada como sendo uma vingança de Israel,
mas na verdade o rapaz palestino foi sequestrado, espancado, morto e queimado
por militantes árabes muçulmanos palestinos, pelo simples fato de ser homossexual,
e usado seu assassinato como uma arma de guerra (propaganda) contra Israel.
Mesmo não tendo culpa do caso,
mas por pressão internacional, Israel começou a investigar o assassinato do
rapaz palestino, chegando a prender seis suspeitos israelenses, mas,
infelizmente, o assassinato do rapaz homossexual (feito por próprios
palestinos) foi usado como gatilho para o começo desta nova guerra.
Como atua o Hamas
Como suas táticas de guerra, o Hamas
se utiliza de muita propaganda (como sempre fizeram grandes potências no
passado e atualmente), onde usa de fotos dos conflitos na síria, onde o governo
massacra seus cidadãos e o mundo vira as costas para isso, como se fossem
mortes causadas por Israel.
Outra tática é o desvio de verbas
internacionais, destinadas a ajuda social em Gaza para a construção de túneis
até cidades israelenses, com a finalidade de infiltrar militantes terroristas
para ataques e sequestros furtivos. Usam do treinamento de crianças e até de
mulheres (mulheres-bomba) em suas fileiras de “defesa”. Até animais-bomba já
foram encontrados.
Enquanto Israel avisa os
moradores das cidades de Gaza que em dado momento, com hora marcada, haverá
bombardeio de pontos estratégicos, o Hamas ordena que as pessoas fiquem em suas
casas, indo até para o teto e terraços, com a finalidade de servirem de escudos
humanos (o que é condenável pela ONU, mas ninguém vê isso, muito pelo
contrário, Israel é que pode ser condenado pela morte destes civis, empurrados
a morte pelo Hamas).
O governo autocrático, autoritário, teocrático
e fundamentalista de Gaza, o Hamas, se utiliza de residências, hospitais,
escolas (duas já confirmadas pela própria ONU) como depósito de armas e mísseis
e como ponto de lançamento de foguetes contra Israel.
O Hamas utiliza-se de sequestros,
ataques a escolas e locais públicos, escudos humanos, propagandas tendenciosas,
etc, como armas de guerra.
Em contrapartida, Israel mantém o
fornecimento de água, energia, medicamentos e comida para a faixa de Gaza
(devido a controlar a mesma), e ainda montou vários hospitais de campanha para
cuidar de feridos palestinos, o que a mídia não mostra.
O bloqueio e controle de Gaza,
vem do fato da crescente atuação do terrorismo, que fez com que Israel
envolvesse Gaza para tentar conter estes grupos e evitar seu deslocamento para
outras países islâmicos, como Egito, Síria, Líbano, Jordânea.
Enfim. Uma solução esta longe de
acontecer. Ambos os lados tem seus erros, mas, está claro nesta breve
explanação qual o lado hoje que mais esta prejudicando a paz no local, ao
negar-se a um entendimento.
Jerusalém
Os futuros habitantes de um
estado árabe chamado de Palestina, dividido em duas áreas geográficas (Gaza e
Cisjordânia), reivindicam Jerusalém como a capital de seu futuro estado, o que
Israel não cede, devido ao fato de que Jerusalém nunca foi citada como cidade
sagrada para o Islã; até o Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, cita que
Jerusalém é dos judeus, pois aa cidades sagradas muçulmanas são Meca (onde está
a Caaba) e Medina (a cidade do profeta).
O fator Jerusalém, que é algo indiscutível,
principalmente por fatores históricos, é o ponto que entrava discussões de
criação do estado palestino. Hamas, que nem controla a faixa onde esta
assentada a divisa com Jerusalém, não aceita ceder neste quesito, que foi uma
invenção de militantes árabes contra-judeus nos anos 30, pois antes deste
período nem se cogitava no mundo árabe a posse de uma parte que seja de Jerusalém.
E agora? Basta esperar o que
ainda está por vir
Nenhum comentário:
Postar um comentário