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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Pessach - A festa da Libertação!

Neste ano, por coincidência, o Pessach acontecerá no mesmo período da Páscoa. Esta segunda festa todos sabem o que significa para os cristãos (mais precisamente para os católicos), mas e sobre o Pessach? Você sabe o que significa?

Pessach, palavra de origem hebraica que significa "passagem" e não tem nada, absolutamente nada a ver com a Páscoa. Um grande erro é chamar o Pessach de "páscoa judaica", pois a Páscoa (que é exclusivamente cristã) a ressurreição do personagem principal da Religião Cristã, Jesus.

O Pessach não tem nada a ver com ressurreição, voltar dos mortos, comer chocolate, comer peixe, e nem com coelho da páscoa. O Pessach é uma das festividades (se não a) mais importantes no calendário hebraico, pois relembra o momento onde os hebreus, que estavam na servidão no Egito, conseguem retornar para a terra de seus ancestrais (os patriarcas).

Em Pessach, os judeus do mundo inteiro comemoram a Liberdade. É uma festa cheia de simbolismos, onde se transmite o conhecimento da história da própria formação de nosso povo. Relembramos que o Criador nunca esquece nenhuma de suas criaturas, pois foi nesta data em que, após duros anos de opressão, o povo hebreu recebe a dádiva da liberdade.

Deus envia Moshe (Moisés) para guiar o povo para fora do Egito. Após um embate com Faraó, e sua obstinação em não querer deixar os hebreus voltarem a sua terra, e as terras egípcias serem assoladas por pragas, a fim de mostrar aquele povo tão materialista a grandiosidade de Deus, finalmente os hebreus podem sair, mas logo Faraó se arrepende, retorna a sua ganancia, orgulho e obstinação, perseguindo os hebreus até a beira do "Yam Suf" (traduzido como mar vermelho). Lá acontece o "milagre" da libertação, onde o "Yam" abre-se para que as doze tribos possam sair do materialismo e rumar para a verdadeira existência, Israel.

Na primeira noite de Pessach (algumas comunidades judaicas repetem também na segunda noite), realiza-se o Seder de Pessach, uma refeição festiva, com 15 etapas, que servem para explicar toda esta história, passando pela degustação de alimentos que relembram o sofrimento do povo no deserto e da alegria em receber a liberdade.

Mas o mais significativo desta festividade, é a resposta que o chefe da família fornece a pergunta que um dos filhos é ensinado a realizar, pois neste pequeno diálogo entre pai e filho, encerra-se a grandiosidade desta comemoração para todas as gerações:

"- Pai, porque esta noite é diferente?
- Porque antes eramos escravos, hoje somos Livres!"

Chag Pessach Sameach (uma feliz festa de Pessach) a todos!

sexta-feira, 7 de março de 2014

Shabat! O que os Judeus fazem?

Um pouco sobre o que se faz em Shabat!


Á luz de Velas

O Shabat começa em casa, com o acender de pelo menos duas velas, que simbolizam a alegria e o sagrado, e uma bênção. Algumas famílias adicionam uma outra vela para cada criança. Quem acende as velas, em geral as mulheres, dá as boas vindas ao Shabat com um gesto sobre as velas, depois cobre os olhos.

Lendo a Torá

Cada Shabat recebe o nome do trecho da leitura semanal da Torá, a parte central do serviço matinal. O rolo da Torá, o objeto mais sagrado do judaísmo, é levado para a bima, a mesa de leitura no palco, em uma procissão. É uma grande honra ler a Torá, como rabino á direita, ou ser chamado para ficar de pé na bima durante a leitura.

Havdalá

Assim como sua chegada, a partida do Shabat é celebrada com orações e cerimônias. Quando podem ser vistas três estrelas, o Shabat é suspenso até a próxima semana e celebra-se Havdalá com uma bênção sobre o vinho, especiarias e uma vela trançada. Isso é separação entre o sagrado do Shabat e os dias comuns da semana. As crianças se revezam pars segurar a vela e sentir o cheiro doce das especiarias.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A História de Chanuká

A Ocupação Síria

Há mais de 2000 anos, o rei selêucida Antiochus III governava Israel. A princípio, ele tratava com bondade os judeus e lhes dava alguns privilégios; porém quando os romanos o derrotaram, Antiochus forçou os povos de seu império a fornecerem o ouro necessário para pagar os tributos romanos. Seu filho e sucessor, Seleucus IV, continuou a opressão.

Porém o pior conflito causado pela ocupação síria de Israel veio de dentro, com o crescimento do poder dos judeus "helenistas", que adotaram a cultura grega idólatra. O Cohen Hagadol, Sumo Sacerdote, Yochanan, previu o perigo dessa influência. Enfurecidos por essa oposição, os helenistas tentaram fomentar o conflito entre o Rei Seleucus e Yochanan.

"Louco!"

Logo, Seleucus foi assassinado e seu irmão Antiochus IV tornou-se rei. Um tirano cruel, Antiochus zombava da liberdade religiosa. Era chamado "Epifânio" (amado pelos "deuses"), porém um historiador contemporâneo, Polebius, chamou este rei perverso de "Epimanes", que significa "louco".

Esperando impôr uma religião e cultura comuns, Antiochus negou a liberdade religiosa aos judeus, suprimindo a Lei da Torá. Ele instalou o irmão de Yochanan em seu lugar, o helenista Jason, como ele chamava a si mesmo em grego – que passou a divulgar os costumes gregos no sacerdócio. No entanto, seu amigo helenista Menelau expulsou Jason.
Enquanto isso, Antiochus empreendeu uma guerra bem-sucedida contra o Egito. Roma exigiu que ele parasse, e ele cedeu. Em Jerusalém, nesse interim, espalharam-se boatos da morte acidental de Antiochus, e o povo se rebelou contra Menelau, que fugiu.

Mártires

Antiochus soube DA rebelião em Jerusalém; já furioso por ter suas ambições frustradas no Egito, enviou seu exército para atacar os judeus, matando milhares. Emitiu então decretos severos proibindo a religião judaica, confiscando e queimando Rolos de Torá. Guardar o Shabat, realizar a circuncisão e cuidar as leis dietéticas eram agora castigadas com a morte. Apegando-se à sua fé, milhares de judeus sacrificaram a própria vida.

Matityahu…

Por fim, os soldados de Antiochus chegaram à aldeia de Modi’in. Construíram um altar na praça principal e exigiram que Matityahu, um sacerdote idoso e líder da comunidade, oferecesse sacrifícios aos deuses gregos. Ele recusou, professando a lealdade do seu povo ao pacto de D’us com Israel.

Quando um judeu helenista aproximou-se para oferecer um sacrifício, Matityahu agarrou a espada e matou-o. Seus filhos e seguidores mataram muitos invasores e perseguiram os restantes, depois destruíram o altar. Matityahu sabia que Antiochus certamente enviaria soldados; então ele e um bando de seguidores fugiram rumo às colinas da Judéia.

…e filhos

À beira da morte, Matityahu conclamou seus filhos a continuarem sua luta. Um irmão, Shimon "o Sábio", os guiaria; outro os lideraria na guerra, Yehudá, "o Forte" – chamado Macabeu, um acrônimo do hebraico "Mi Camocha Ba’e-lim Hashem" – "Quem é como Tu, ó D’us".

Antiochus enviou Apolônio para eliminar os Macabeus. Embora maior e mais bem equipado, o exército de Apolônio foi derrotado pelos Macabeus, que agora derrotavam uma tropa síria atrás da outra. Antiochus decidiu mostrar seu poder militar para esmagar o corajoso pequeno bando de judeus. Mais de 40000 soldados sírios foram enviados à luta. Após uma série de batalhas, os Macabeus venceram!

Uma pequena ânfora

Em seguida, os Macabeus foram libertar Jerusalém. Tiraram do Templo os ídolos ali colocados pelos sírios. Construíram um novo altar, consagrado a 25 de Kislêv de 3595 (165 AEC).

Os sírios tinham roubado a Menorá de ouro do Templo, portanto os Macabeus imediatamente fizeram uma nova, porém de metal menos nobre. Embora o azeite impuro pudesse ser usado para acender a lamparina do Templo se necessário, eles insistiram em usar apenas a única ânfora de azeite com o selo do ultimo Sumo Sacerdote justo, Yochanan.

Aquela pequena e única ânfora, contendo azeite somente para um dia, durou os oito dias, conforme comemoramos todos os anos: os Oito Dias de Chanucá.

Retirado de: http://www.chabad.org.br/datas/chanuca/index.html

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O que é Religião - III

Dentro de tudo aquilo que já foi exposto em outros post sobre a mesma temática e com o mesmo título, iremos agora expor de forma prática e simplória, mas que servirá de base aos próximos estudos sobre o que podemos definir por Religião.
Além de um sistema ideológico possuir regras rígidas e causar transformações sociais para ser definido como religião (vide http://alboberro.blogspot.com.br/2010/11/o-que-e-religiao-i.html), podemos ainda englobar os vários sistemas religiosos dentro de alguns tipos, como os citados abaixo:

Politeístas - Religiões que tem por base a crença em várias divindades, vários deuses criadores, mantenedores e destruidores. Exemplo: Hinduísmo.

Dualistas ou Duoteístas - Religiões que tem por base a crença em dois deuses (divindades) ou duas forças que regem o universo inteiro. Entendemos que estas divindades não possuem um equilíbrio como em crenças orientais, não são complementares, mas sim combatentes. Exemplo: Zoroastrismo.

Monoteístas - Religiões que tem por base a crença em um Único Deus. Únicas religiões monoteístas atualmente são: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.

Panteístas - Religiões que acreditam que tudo e todos fazem parte de um único deus, uma única divindade, como se cada ser no universo fosse uma célula do "corpo" desta divindade. O Jainismo e o Taoísmo seriam tipos de crenças panteístas.

Animistas - Religiões que tem por base a crença em almas (anima) ou espíritos da natureza que controlam e regem o universo. Segundo esta ideologia, qualquer ser humano ao morrer pode ser incorporado ao panteão destas divindades, destes grandes espíritos protetores. Exemplo: Candomblé e Xintoísmo.

Ateístas - Religiões que acreditam na inexistência de qualquer divindade ou ser superior. Exemplo: Budismo.


sábado, 22 de junho de 2013

Quem é judeu? Uma outra visão

Pesquisando por ai, encontrei este texto que pode clarear um pouco a discussão sobre quem pode ser considerado Judeu. 

"A pergunta quem é judeu?" gera um grande debate político, social e religioso entre os diversos grupos judaicos, devido ao fato de cada um ter uma interpretação as vezes bastante peculiar sobre quem pode e/ou deve receber esta nomenclatura.Interpretações essas que dependem de qual a sua tradição religiosa (ortodoxa, conservadora, reformista, caraíta) e do espaço geográfico onde se encontram (sefaraditas, asquenazitas, persas, norte - africanos, indianos etc.).

O povo judeu surgiu justamente antes do conceito de religião, pois como sendo um dos poucos povos da antiguidade que ainda existem, trazem consigo este aspecto muito peculiar que na verdade é um ponto de sua diversidade sócio-cultural, e como tal seria uma tremenda imprudência reduzir o povo judeu ou o "judaísmo" a um mero conceito de "religião" apenas.

"Na história recente ocidental, e conseqüentemente na história judaica, uma revolução conceitual levou o judaísmo e o povo judeu a um tempo de grandes mudanças estruturais. A essa revolução, a história deu o nome de iluminismo (Hebraico: השכלה; Haskalá). Nesse período histórico, os antigos grupos religiosos detentores de tradições milenares observaram o nascimento de uma geração que via na criação de grupos com novas formas de pensar a possibilidade de saída de seus guetos milenares, não somente no plano físico, mas também mental e filosófico. Por vezes esses novos grupos distanciaram-se da velha ligação do judeu com a religião judaica-mãe, porém sem nunca perder a sua chama interna de identidade, sentimento esse que é o ponto de aproximação de todos os judeus e a mais importante linha para complexa continuação da nação que é, hoje, esse povo."

"Assim, com a inserção de novas filosofias no seio do judaísmo, dispares concepções surgiram sobre as questões básicas da tradição judaica. E obviamente cada grupo desenvolveu suas discussões de como pode-se definir uma resposta sensata à pergunta constante: "Quem é judeu?". Essa definição de resposta se deu, em sua maioria, sob duas linhas gerais: Pessoa que tenha passado por um processo de conversão ao judaísmo ou pessoa que seja descendente de um membro da comunidade judaica."

"Contudo, esses dois assuntos são repletos de divergências.

Quanto às conversões, existem divergências principalmente sobre a formação dos tribunais judaicos responsáveis pelos atos. Isso faz com que pessoas conversas através de um tribunal judaico reformista ou conservador não sejam aceitas nos círculos ortodoxos e seus rabinos que exigem um tribunal formado somente por rabinos ortodoxos, pois entendem serem outros rabinos incapazes de fazer o converso entender a grandeza da lei que está tomando sobre si. Por outro lado, o judaísmo reformista e conservador, acusa os ortodoxos de fazerem exigências absurdas, não mais se preocupando com a essência do ser judeu e sim, com regras e rigidez desnecessária."

"Já quanto a descendência judaica, a divergência aparece na definição de quem viria a linha judaica, se matrilinearmente, patrilinear ou ambas as hipóteses.

A primeira é a majoritária, sendo apoiada pelo judaísmo rabínico ortodoxo e conservador.

Essa tese têm força e raio de ação maiores por ser adotada pelo Estado de Israel, além de grande parte das comunidades ao redor do mundo.

Porém, a patrilinealidade é defendida pelo judaísmo caraíta e os judeus Kaifeng da China, grupos separados dos grandes centros judaicos e que desenvolveram sob tradições diferentes com base em costumes que remontam há vários séculos passados. Por último, existe a tese que ambos os pais podem dar ao filho a condição de judeu que é defendida pelo judeus reformistas que em março de 1983 por três votos a um reconheceu a validade da descendência paterna mesmo que a mãe não seja judia desde que a criança seja criada como judeu e se identifique com a fé judaica."

"Questões como se os atos podem abalar a identidade judaica, também entram na discussão, como por exemplo, um judeu que faz tatuagens ou até mesmo nega seu próprio judaísmo, pode continuar sendo considerado como tal.

Apesar de um judeu necessariamente não ter que seguir o judaísmo, as autoridades religiosas geralmente enfatizam o risco da assimilação do povo judeu ao abandonar os mandamentos e tradições do judaísmo. Porém defende-se que não importa a geração ou ações futuras de pai ou mãe, o judaísmo e o conseqüente "ser judeu" é um direito natural da criança."

Um fato interessante seria a decisão da "Conferencia Central de Rabinos Americanos" emitida oficialmente em 1983, onde declara que a criança, mesmo sendo filho de pai ou de mãe judia (casamentos mistos), recebe o "status" judaico, desde que criada proxima da comunidade, ou que seja educada no cumprimento de certas Miztov (Brit Milah), recebendo a seu turno um nome hebraico, realizando em seu tempo atos e cerimonias públicas como Bar/Bat Mitzvah, Kabalat Torah, etc.

Sendo assim, os descendentes dos primeiros Anussim ou Marranos herdão o "status" judaico, tanto de suas linhagens matrilineares como patrilineares, pois que continuam guardando em seus seios familiares, além dos nomes, costumes, casamentos endogâmicos, etc.

Esta decisão só vem a validar mais um ponto em favor do reconhecimento da judaicidade dos atuais descendentes dos judeus ibéricos perseguidos pela "Santa Inquisição", pois além de manterem vivas em suas almas muitos costumes particulares que facilmente denunciam sua origem, seus sobrenomes e sua árvore genealógica, hoje acendem a chama de suas "neshamot" através do Amor sincero a Fé de seus ancestrais"

segunda-feira, 4 de março de 2013

Aprender...

Um video super interessante sobre como ser aprendriz.
Claro que neste pequeno video tem muitos mistérios Kabalisticos do que se possa imaginar. Nele se encontram os mistérios da criação, da elevação espiritual, do poder da "alma", da vida, e os segredos do "Nome de Deus de 42 letras"... em breve compartilho este mistério aqui

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Quem é judeu?

A pergunta "quem é judeu?" gera um grande debate político, social e religioso entre os diversos grupos judaicos, devido ao fato de cada um ter uma interpretação as vezes bastante peculiar sobre quem pode e/ou deve receber esta nomenclatura.Interpretações essas que dependem de qual a sua tradição religiosa (ortodoxa, conservadora, reformista, caraíta) e do espaço geográfico onde se encontram (sefaraditas, asquenazitas, persas, norte-africanos, indianos etc.).
O povo judeu surgiu justamente antes do conceito de religião, pois como sendo um dos poucos povos da antiguidade que ainda existem, trazem consigo este aspecto muito peculiar que na verdade é um ponto de sua diversidade sócio-cultural, e como tal seria uma tremenda imprudencia reduzir o povo judeu ou o "judaismo" a um mero conceito de "religião" apenas.
"Na história recente ocidental, e consequentemente na história judaica, uma revolução conceitual levou o judaísmo e o povo judeu a um tempo de grandes mudanças estruturais. A essa revolução, a história deu o nome de iluminismo (Hebraico: השכלה;Haskalá). Nesse período histórico, os antigos grupos religiosos detentores de tradições milenares observaram o nascimento de uma geração que via na criação de grupos com novas formas de pensar a possibilidade de saída de seus guetos milenares, não somente no plano físico, mas também mental e filosófico. Por vezes esses novos grupos distanciaram-se da velha ligação do judeu com a religião judaica-mãe, porém sem nunca perder a sua chama interna de identidade, sentimento esse que é o ponto de aproximação de todos os judeus e a mais importante linha para complexa continuação da nação que é, hoje, esse povo."
"Assim, com a inserção de novas filosofias no seio do judaísmo, dispares concepções surgiram sobre as questões básicas da tradição judaica. E obviamente cada grupo desenvolveu suas discussões de como pode-se definir uma resposta sensata à pergunta constante: "Quem é judeu?". Essa definição de resposta se deu, em sua maioria, sob duas linhas gerais: Pessoa que tenha passado por um processo de conversão ao judaísmo ou pessoa que seja descendente de um membro da comunidade judaica."
"Contudo, esses dois assuntos são repletos de divergências. Quanto às conversões, existem divergências principalmente sobre a formação dos tribunais judaicos responsáveis pelos atos. Isso faz com que pessoas conversas através de um tribunal judaico reformista ou conservador não sejam aceitas nos círculos ortodoxos e seus rabinos que exigem um tribunal formado somente por rabinos ortodoxos, pois entendem serem outros rabinos incapazes de fazer o converso entender a grandeza da lei que está tomando sobre si. Por outro lado, o judaísmo reformista e conservador, acusa os ortodoxos de fazerem exigências absurdas, não mais se preocupando com a essência do ser judeu e sim, com regras e rigidez desnecessária."
"Já quanto a descendência judaica, a divergência aparece na definição de quem viria a linha judaica, se matrilinearmente, patrilinearmente ou ambas as hipóteses. A primeira é a majoritária, sendo apoiada pelo judaísmo rabínico ortodoxo e conservador. Essa tese têm força e raio de ação maiores por ser adotada pelo Estado de Israel, além de grande parte das comunidades ao redor do mundo. Porém, a patrilinealidade é defendida pelo judaísmo caraíta e os judeus Kaifeng da China, grupos separados dos grandes centros judaicos e que desenvolveram sob tradições diferentes com base em costumes que remontam a vários séculos passados. Por último, existe a tese que ambos os pais podem dar ao filho a condição de judeu que é defendida pelo judeus reformistas que em março de 1983 por três votos a um reconheceu a validade da descendência paterna mesmo que a mãe não seja judia desde que a criança seja criada como judeu e se identifique com a fé judaica."
"Questões como se os atos podem abalar a identidade judaica, também entram na discussão, como por exemplo um judeu que faz tatuagens ou até mesmo nega seu próprio judaísmo, pode continuar sendo considerado como tal. Apesar de um judeu necessariamente não ter que seguir o judaísmo, as autoridades religiosas geralmente enfatizam o risco da assimilação do povo judeu ao abandonar os mandamentos e tradições do judaísmo. Porém defende-se que não importa a geração ou ações futuras de pai ou mãe, o judaísmo e o consequente "ser judeu" é um direito natural da criança."
Um fato interessante seria a decisão da "Conferencia Central de Rabinos Americanos" emitida oficialmente em 1983, onde declara que a criança, mesmo sendo filho de pai ou de mãe judia (casamentos mistos), recebe o "status" judaico, desde que criada proxima da comunidade, ou que seja educada no cumprimento de certas Miztov (Brit Milah), recebendo a seu turno um nome hebraico, realizando em seu tempo atos e cerimonias públicas como Bar/Bat Mitzvah, Kabalat Torah, etc.
Sendo assim, os descendentes dos primeiros Anussim ou Marranos herdão o "status" judaico, tanto de suas linhagens matrilineares como patrilineares, pois que continuam guardando em seus seios familiares, além dos nomes, costumes, casamentos endogâmicos, etc.
Esta decisão só vem a validar mais um ponto em favor do reconhecimento da judaicidade dos atuais descendentes dos judeus ibéricos perseguidos pela "Santa Inquisição", pois alé de manterem vivas em suas almas muitos costumes particulares que facilmente denunciam sua origem, seus sobrenomes e sua árvore genealógica, hoje acendem a chama de suas "neshamot" através do Amor sincero a Fé de seus ancestrais

Marrano - A Origem

O presente artigo faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso da Graduação em História, sob o Título de "Movimento Anussim - O difícil retorno ao lar", devendo ser respeitado os direitos de autoria.

O Elemento étnico-sócio-cultural denominado "marrano", anussim ou bnei anussim, é fruto de uma longa luta dentro da própria história, vindo a ser hoje um indivíduo de certa forma "marginalizado" dentro de seu próprio mundo, como que se vivendo em um limbo ideológico, pois não se vê como cristão e não é "aceito" como judeu, mas de onde provem este termo que o designa?

O movimento Anussim, Bnei Anussim, Marranos ou Retornados, surge de algumas décadas pra cá como um movimento organizado ou que vem se organizando em alguns pontos do país e do mundo, como forma de resgate étnico e cultural dos então descendentes de judeus que foram perseguidos pelas inquisições portuguesa e espanhola há aproximadamente quatro séculos atrás e que hoje tentam reclamar seu direito a uma identidade cultural, a fazer parte de um povo, mas que de certa forma se sentem descriminados de um lado pelo ocidente (cristãos) que não os vê como iguais e de outro pela própria comunidade judaica que os vê com um ar de desconfiança e requer uma enorme burocracia para aceita-los de volta ao seio do povo judeu.

Quem é e de onde veio o “marrano”

O termo Marrano que em espanhol significa porco ou leitão de acordo com as pesquisa de David Maeso (1977) “tem um forte significado pejorativo que veio a ser designativo dos judeus que se converteram ao cristianismo, se não de forma sincera, mas ao menos para escapar dos perigos que representava o tribunal da santa inquisição”. Já segundo Lipiner (1977), a terminologia é muito mais antiga do que o significado anterior. Apresenta as definições de Marrano como sendo de origem hebraica ou aramaica: Mumar, que significa converso, oriundo da raiz hebraica mumar acrescido de sufixo em idioma castelhano ano vindo a derivar mumrrano, que abreviando torna-se marrano, designando justamente o convertido a fé cristã católica romana. Poderia ser ainda uma acomodação para as línguas ibéricas do vocábulo hebraico Marit-ayn que significa aparência, pois muitos destes convertidos o eram somente em aparência, pois dentro de seus lares continuariam a professar e praticar a fé judaica. Ocorre ainda a referencia a outras formas ou origens, como os termos Mar-anús: designando o homem batizado à força, de forma amargurante e humilhante, onde o vocábulo Mar em hebraico significa amargo e Anus, em hebraico, significa forçado, violentado.

Mais recentemente, com o constante crescimento de movimentos de legalização da causa marrana, paulatinamente vem-se substituindo este termo, que para muito ainda soa pejorativamente por um outro, também de origem hebraica que seria Ben Anus ou Bnei Anussim, onde ben significa filho em hebraico e bnei como forma plural de ben, da mesma forma o termo anus ganha sua forma plural em anussim.

Entende-se de fato que ambos todos os termos citados, seja Marrano, Bnei Anussim, ou simplesmente Anussim, vem a designar o judeu de origem ibérica que no período compreendido entre os séculos XIII e XV teve de optar pela conversão forçada ao catolicismo romano ou a morte, e que sofreu ainda até o século XIX, mas precisamente no ano de 1821 uma dura e forte perseguição, justamente por ainda praticarem o judaísmo familiar. Assim com o passar do tempo, veio a ganhar significados pejorativos, sempre ou quase sempre relacionados com uma das mais importantes práticas ou regras alimentares da fé judaica que é justamente a não ingestão de carne de porco.

Portanto, os termos, Marrano, Anus, Ben Anus, juntamente com seus plurais e femininos respectivos se referem aos Judeus da península ibérica (Portugal e Espanha) que foram obrigados a professarem a fé católica romana, e também aos descendentes que nos dias de hoje buscam retornar a fazer parte de forma oficial ou não de todo o legado histórico-sócio-cultural de seus antepassados, e que foram ao longo do tempo deixando sua marca na construção da nação que hoje povoa o território das Américas, mas precisamente o Brasil (que é o enfoque referencial deste trabalho).


RODRIGUES, Albo Berro. Movimento Anussim: O difícil retorno ao lar. 2010. 34 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em História, Universidade Norte do Paraná, Ijuí, 2010.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

13 Princípios para a vida


          Entramos finalmente em mais um "ano novo", e porque não por em prática todas as espectativas projetadas no final do ano anterior?
          Sabemos que realmente não é uma situação muito fácil, mas também não se torna uma empreitada impossivel, basta ter persistência. E para tornar esta aventura mais interessante, colocaremos um recurso chamado de "13 Princípios da Kabalah", mas que servem para a vida de cada indivíduo engajado em se tornar uma pessoa melhor. Vamos lá.

Um - Não acredite numa única palavra que ler. Faça um test-drive das lições que aprender;

Dois - Existem duas realidades básicas: Nosso mundo do 1% e o mundo dos 99% da Luz;

Três - Tudo o que o ser humano verdadeiramente deseja da vida é a Luz Espiritual;

Quatro - O propósito da vida é a transformação espiritual, de um ser Reativo a um ser Próativo;

Cinco - No momento de nossa transformação, fazemos contto com o mundo dos 99%;

Seis - Nunca - e esse nunca quer dizer nunca mesmo - Jogue a cupa em outras pessoas ou eventos externos;

Sete - Resistir a nossos impulsos reativos cria Luz duradoura;

Oito - O comportamento reativo cria centelhas intensas de luz, mas no final deixa escuridão em seu despertar;

Nove - Obstáculos são nossa oportunidade de nos conectarmos com a Luz;

Dez - Quanto maior o obstáculo, maior a Luz em potencial;

Onze - Quando os desafios parecem avassaladores, injete certeza. A Luz sempre está lá;

Doze - Todos os traços negativos que identificamos nos outros são simplesmente reflexo de nossos próprios traços negativos, Apenas mudando a si mesmo é que você pode ser a mudança nos outros;
Treze - "Ama a teu próximo como a ti mesmo. Todo o resto é comentário. Agora vai e estuda".

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Diários de um Kabalista

Os Diários de um Kabalista, são a reunião de reflexões e meditações sobre o estudo das Parashiot (singular Parashah), que são porções ou partes da Torah (os 05 primeiros livros da Bíblia). O livro possui o intuito de introduzir o leitor nos mistérios da sabedoria mística da Kabalah. Venha descobrir o que é a Kabalah e o que esta sabedoria pode fazer por sua vida!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O que é Religião II

Após expor sobre o conceito acadêmico de religião, iremos discorrer sobre fundamentos legais para o ensino da disciplina em solo brasileiro.

Em nosso país, a disciplina denominada Ensino Religioso, legalmente aceito nos curriculos escolares, tem gerado muita polêmica devido a complexidade dos aspectos envolvidos no assunto, como por exemplo a Laicidade do estado, secularização cultural, a multiplicidade de crenças, os varios movimentos sincréticos existentes e atuantes e a própria liberdade de cada indivíduo perante as questões socioantropológicas resultantes da tematica "espirito-moral".

Vamos analisar certos presupostos legais referentes ao tema, citando trechos da Constituição Federal de 1988 em seu artigo 19 que diz:

É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

Fica claro a laicidade do estado. Além disso citamos o art. 1º , inciso III, que põe como fundamento da República "a dignidade da pessoa humana". Já o art. 3º, inciso IV, coloca como objetivo da República a promoção do "bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação". Se a cidadania é fundamento da República, a prevalência dos direitos humanos é um dos principios de nossas relações internacionais

Não contente com esses dispositivos, a Constituição Federal explicita no longo e detalhado art. 5º uma pletora de direitos e deveres individuais e coletivos entre os quais se pode citar os incisos:

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

Sendo assim, fica claro a liberdade de expressar sua religiosidade dentro dos aspectos doutrinais de cada crença e principalmente sob os aspectos legais que dão base a nossa República.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Rosh Hashana - Ano Novo

Rosh Hashaná (ראש השנה) é o Ano Novo judaico. sempre cai uma vez por ano durante o mês de Tishrei e ocorre 10 dias antes do Yom Kipur. Juntos, Rosh Hashaná e Yom Kipur são conhecidos como os Nora'im Yamim, que significa os Dias de Temor em hebraico. Em portugues é muitas vezes referido como o Alto Santo Dia.

O significado de Rosh Hashaná

Rosh Hashaná, literalmente, significa "Cabeça do Ano" em hebraico. Ele cai no mês de Tishrei, que é o sétimo mês do calendário hebraico. A razão para isso é porque o calendário hebraico começa com o mês de Nissan (quando os judeus foram libertados da escravidão no Egito), mas o mês de Tishrei é acreditado para ser o mês em que D'us criou o mundo. Assim, outra maneira de pensar sobre Rosh Hashaná é como o aniversário do mundo.

Rosh Hashaná é observado nos dois primeiros dias de Tishrei. A tradição judaica ensina que durante os dias de alta Santo, D'us decide quem vai viver e quem vai morrer durante o próximo ano. Como resultado, durante o Rosh Hashaná e Yom Kipur (e nos dias que antecederam a eles) os judeus iniciam a tarefa séria de examinar suas vidas e arrepender-se por quaisquer erros que cometeram durante o ano anterior. Este processo de arrependimento é chamado de teshuvá. Os judeus são encorajados a fazer as pazes com alguém que eles fizeram mal e fazer planos para melhorar durante o próximo ano. Desta forma, Rosh Hashaná é todo sobre fazer a paz na comunidade e se esforçar para ser uma pessoa melhor.

Mesmo que o tema do Rosh Hashaná é a vida e a morte, é um feriado cheio de esperança para o Ano Novo. Os judeus acreditam que D'us é compassivo e justo, e que D'us acolhe está súplica por perdão.

Rosh Hashaná Liturgia

O Rosh Hashaná é o serviço de oração um dos mais longos do ano. Somente o serviço de Yom Kipur é mais longo. O serviço de Rosh Hashaná geralmente é executado desde a manhã até à tarde e é tão único que tem o seu próprio livro de orações chamado Makhzor. Duas das orações mais conhecidas da liturgia de Rosh Hashaná são:

• Unetaneh Tohkef - Esta oração é sobre a vida e a morte. Parte dela diz: "Em Rosh Hashaná, está escrito, e no Yom Kipur ele é selado, quantos vão deixar este mundo e quantos vão nascer, quem vai viver e quem vai morrer ... Mas a oração penitência, e às boas obras pode anular a gravidade do decreto. "

• Avienu Malkeinu - Outra famosa oração é Avienu Malkeinu, que significa "Pai Nosso Rei Nosso" em hebraico. Normalmente, toda a congregação cantará o último verso desta oração em uníssono, que diz: ". Nosso Pai, nosso Rei, responde-nos como se tivéssemos nenhuma ação para pleitear a nossa causa, salva-nos com misericórdia e bondade amorosa"

Costumes e símbolos

Em Rosh Hashaná é costume de cumprimentar as pessoas com "L'Shanah Tovah", que normalmente é traduzida como "para um ano bom" ou "Que você tenha um bom ano." Algumas pessoas também dizem "Leshanah tovah tikateiv veteichateim", que significa "Que você seja inscrito e selado para um ano bom." (Se disse a uma mulher a saudação seria: "L'shanah tovah tikatevi v'tahetemi"). Esta saudação refere-se à crença de que o destino de uma pessoa para o próximo ano é decidido durante as Jornadas de alta Santo[Rosh Hashaná].

O shofar é um importante símbolo do Rosh Hashaná. É um instrumento muitas vezes feito de chifre de carneiro e é soprado cem vezes durante cada um dos dois dias de Rosh Hashaná. O som da explosão do shofar faz lembrar as pessoas da importância da reflexão durante este feriado importante.

Tashlich é uma cerimônia que ocorre geralmente durante o primeiro dia de Rosh Hashaná. "Tashlich" significa literalmente "castigo final" e envolve simbolicamente o ato de lançar fora os pecados do ano anterior lançando pedaços de pão ou outro alimento em um copo de água.

Outros símbolos significativos de Rosh Hashaná incluem maçãs, mel e pães redondos de chalá. Fatias de maçã mergulhada em mel representam a nossa esperança para um ano novo doce e são tradicionalmente acompanhada por uma breve oração antes de comer que diz: "Que por Tua vontade, ó Senhor, nosso D'us, para nos conceder um ano que é bom e doce. " Chalá, que normalmente é cozido em tranças, é moldado em pães em Rosh Hashaná. A forma circular simboliza a continuação da vida.

Na segunda noite de Rosh Hashaná é costume comer uma fruta que é novo para nós para a temporada, dizendo a bênção shehechiyanu ao comê-la para agradecer a D'us por nos trazer para esta temporada. Romãs são uma escolha popular, porque Israel é muitas vezes elogiado por sua romãs e porque, segundo a lenda, romãs contém 613 sementes - uma para cada uma das 613 mitsvot. Outra razão para comer romãs em Rosh Hashaná tem a ver com a esperança simbólico que nossas boas ações no ano que vem serão tantos como as sementes da fruta.

Algumas pessoas optam por enviar cartões de saudação de Ano Novo em Rosh Hashaná. Antes do advento dos computadores modernos, esses eram cartas manuscritas que eram enviadas com semanas de antecedência, mas hoje em dia é tão comum para enviar Rosh Hashaná e-cards, alguns dias antes do feriado.

Unetaneh Tohkef

"Toda a humanidade irá passar diante de ti, como membros do rebanho como um pastor pastoreia seu rebanho, fazendo passar ovinos com menos de seu pessoal, assim será Você causa a passar, contar, calcular, e considerar a alma de todos os viventes;. Você e deve repartir as necessidades de todas as tuas criaturas e inscrever o seu veredicto.
Em Rosh Hashaná será inscrito e no Yom Kipur será selado quantas passará da terra e quantos serão criados, quem vai viver e quem vai morrer, quem vai morrer em seu tempo predestinado e que antes de seu tempo; que, por água e que pelo fogo, que pela espada, que por besta, que pela fome, pela sede , quem pela tempestade, que por praga, que por estrangulamento, e que por apedrejamento. Quem vai descansar e quem vai passear, quem vai viver em harmonia e que será atormentado, quem irá desfrutar de tranquilidade e que vai sofrer, quem será empobrecida e que será enriquecido, quem será degradado e que será exaltado. Mas o arrependimento, oração e caridade remove o mal do Decreto! "


Desejo a todos Leshanah tovah tikateiv veteichateim

Datas do Rosh Hashaná
•Por do sol 28 de setembro de 2011 - noite 30 de setembro de 2011

retirado do endereço: http://claudinei-cgm.blogspot.com/

domingo, 28 de novembro de 2010

O que é Religião - I

Em conceitos gerais e usuais populares, aprendemos que Religião viria da palavra latina religare, ou seja, o de religar, o que em caráter usual se usa para religar a criatura com o seu criador. Mas o certo é que este significado a muito tempo não mais convence especialistas, léxicos e linguistas em geral que defendem que o termo religião seria oriundo da palavra latina religionem, que seria usado pelos romanos bem antes do surgimento do cristianismo e tem por significado mais exato como “um estilo de comportamento marcado pela rigidez e pela precisão”, ou seja, disciplina obrigatória, rígida e dogmática.

Já nas edições revisadas dos dicionários “Aurélio” da lingua portuguesa, encontramos a palavra Religião como sinônimo de “crença na existência de forças sobrenaturais bem como suas manifestação através de ritos e práticas externas”.

O Dicionário Michaelis de lingua Portuguesa, grafa o vocábulo “Religião” como sendo sinônimo de “serviço de culto a Deus ou outra divindade por meio de ritos, práticas, preces, sentimento de submissão a esta divindade, culto externo e interno a este mesmo Deus, relevação divina das palavras da divindade, temor de Deus, obrigação moral e dever de prestar reverencia para com a divindade...”.

De acordo com a origem da palavra e em paralelo com o seu real significado para a lingua portuguesa, podemos observar seu real conceito. Em contraste com o já exposto, transcreveremos a seguir a crítica acadêmica a respeito sobre o conceito de “Religião”. Sendo a palavra “Crítica” uma prática do diálogo, onde é nada mais nada menos do que a exposição de opinião relativo a algo exposto, não existindo academicamente os termos populares “crítica construtiva ou destrutiva”, pois só existe a Crítica como uma avaliação de material intelectual produzido, sendo neutro e apenas expositivo.

Academicamente, como exposto na obra “Modernidade, Conceitos e Valores” (Unopar Editora, londrina, 2008), o Mestre em História Social, Guilherme Bordonal, nos esclarece que além do já exposto sobre o vocábulo Religião, o mesmo deve ser entendido como um processo de formação ou transformação cultural em massa dentro de uma sociedade, visando a legitimar ideais políticos, econômicos e sociais, bem como as noções de ética e moral das mesmas sociedades onde estas “religiões” nascem, o que causa a transformação social das mesmas num processo interligado entre o surgimento da religião como símbolo máximo da transformação social acontecida no mesmo grupo.

Em outras palavras, além das práticas, normas, dogmas, crenças e crendices, as religiões só nascem através de transformações sociais intensas e visíveis, e quando esta mesma grande transformação não ocorre não existe uma religião, pois seria apenas uma facção, seita ou linha doutrinária divergente da corrente religiosa da qual ela se separa.

Como exemplo citamos as três religiões monoteístas: Judaísmo, Cristianismo, Islamismo.

O Judaísmo, como religião e movimento cultural, nasceu junto com a saída dos hebreus do Egito, onde Moises institucionalizou um conjunto de 613 regras que norteariam a vida daquelas pessoas, passando a serem os primeiros homens a terem a crença de um deus único, e assim criaram o Povo Hebreu, sendo modernizado para sua fase atual após o ano 135 de nossa era quando foram expulsos de jerusalém e dando inicio a fase de vivência deste povo na diáspora.

Já o Cristianismo é outra religião monoteísta, que foi realmente “criada” no ano de 313 em roma pelo imperador Constantino, e dogmatizada no ano 325 pelo Concilio de Nicéia, vindo mais tarde a ser a única instituição remanescente do império romano, e vindo a dar base para a formação dos estados europeus da modernidade.

O Islamismo surgindo no ano 623 (aproximadamente), veio a unificar as varias tribos nômades da península arábica ao redor de uma mesma crença, ou conjunto de crenças, vindo a surgir a partir daí um “Povo Árabe”.

Assim sendo, podemos definir também o Protestantismo como uma religião, pois assim que o mesmo surgiu, introduziu uma nova ordem mundial na Europa e em outros continentes, que foi a mudança sócio-cultural e econômica que foi o advento das práticas que conhecemos como “Capitalismo”. Assim sendo os protestantes (luteranos, calvinistas, puritanos, presbiterianos, anglicanos), apesar de serem cristãos, tem academicamente por religião a “Religião Protestante”, pois dogmaticamente diferem em alguns pontos com as correntes católicas (as primeiras correntes oficiais cristãs), e porque com o seu surgimento (protestantismo) surgiu o capitalismo e teve inicio o fim do feudalismo na Europa, e tendo iniciado a formação dos atuais estados europeus.

As religiões dentro deste princípio podem conter facções, linhas, ramificações, seitas, partidos, etc, como por exemplo, dentro do Judaísmo temos as linhas Ortodoxas, Reformistas, Liberais, Messiânicas, e já existiram os Ebionitas, Saduceus, Essênios e Fariseus (sendo esta ultima ainda existente e base de todas as linhas judaicas, sendo preservada na corrente ortodoxa). Dentro do Cristianismo temos as linhas católicas, evangélicas, reformistas, pentecostais, neo pentecostais, etc. Dentro do Islamismo temos as correntes Xiitas, Sunitas, Sufitas, etc.