domingo, 31 de outubro de 2010

Fenadi 2010 - A Polêmica Etnica

Fenadi 2010, e mais uma polêmica no ar, a presença ou não de Indígenas no parque da feira.

Por ser um tema delicado, vale sempre a pensa ressalta alguns pontos fundamentais.

Em primeiro lugar, devemos analisar qual o caráter da Fenadi. Por mais que seja a “Festa Nacional das Culturas Diversificadas”, uma de suas intenções era a de “resgatar” alguma coisa da cultura dos grupos “colonizadores” que vieram para tornar possível a existência da colonia que surgia após a criação da picada conceição.

Na vila formada, que veio a se tornar a cidade de Ijuí, infelizmente foram assentadas famílias de colonos europeus oriundos das colonias velhas, e não foram assentados ameríndios. Logo, esta festa ou feira, é definida em cima daqueles grupos étnicos dos colonos apenas que se organizaram e hoje mostram sua culinária (de fato) e cultura (será?) anualmente junto a expoijui-fenadi.

Mostrado então o caráter da feira, vamos analisar o seguinte: será que caberia dentro desta temática colocar representantes de etnias ameríndias gaúchas na festa? Creio que não, pelo menos neste contexto da festa/feira. Agora, que os mesmos merecem sim um reconhecimento, e um espaço, não apenas na feira, mas na sociedade em si, a resposta é sim. Mas não é fácil e nem simples.

O primeiro erro que muitos aqui cometeram é identificar os “índios” como um único grupo étnico e pronto. Esta erradíssimo este pensar, porque só na região onde esta assentada Ijuí, historicamente contávamos com dois grandes grupos representantes de nações indígenas diferentes, que são o grupo Tupi-guarani, que hoje estão pelas ruínas (Nação Guarani) e os representantes linguísticos do tronco Macro-Jê, que passamos a conhecer como kaingang. Outro erro grotesco, além do preconceito racial velado em algumas palavras é achar que “índio” e “branco” são coisas diferentes, e que apenas o “branco” que é civilizado e que o “índio” não tem direito de usar as coisas dos “brancos”. Imaginem a cena a 500 anos atrás. Pessoas civilizadíssimas, portanto suas armas, cavalos, armaduras, doenças, com sede de ouro, numa cultura que conhecemos como idade moderna, chegam a uma terra desconhecida para eles e encontram pessoas que ainda viviam no período neolítico. O que será que poderia acontecer? Os povos americanos foram massacrados, mutilados, violentados por este medíocre homem “civilizado” e aqueles que sobraram foram jogados diretos do neolítico para a idade moderna, queimando etapas primordiais no seu desenvolvimento. Ou alguém aqui acha que os europeus já surgiram no globo usando calças jeans e tomando coca-cola? Até parte da idade média os povos arianos eram tão selvagens quanto eram os ameríndios, basta aqueles que quiserem saber das origens, hábitos e costumes dos povos germânicos (que deram origem a maior parte dos povos que são representados na Fenadi) lerem o livro “Germania” de Tácito, um historiador do Império Romano.

O famoso movimento Neo-Paganismo surgiu aonde em pleno século 20? nesta mesma Europa civilizada, afim de resgatar uma cultura politeísta e animista dos tempos da antiguidade ariana, onde deveriam arder os altares a Odin, Thor e outros tantos deuses que ansiavam por rituais e orgias sexuais, que creio serem incondizentes com o ideal de civilização moralista imposta aos ameríndios. Já os ibero europeus (portugueses e espanhóis), se tornaram civilizados usurpando a cultura de quem mesmo? Claro dos Muslim, ou muçulmanos, na sua maioria da etnia bérbere, negros do norte da africa. Vejam só uma etnia negra, convertida a uma cultura semítica, apresentou a cultura, talheres e até mesmo o uso de roupas às culturas europeias, que ironia para os que defendem a supremacia de raça não é? Enfim, o fato é que sempre haverá o interculturalismo, ou seja, a mescla de culturas, pois se assim não o fosse, nossa cidade se chamaria outra coisa e não Ijuhy, teria algum nome nórdico, germânico, etc.

Dizer que tem índio que é quase igual a branco é a mais pura e clara forma de preconceito que em pleno século 21 é incabível de existir num meio dito civilizado. Os indígenas podem e devem cultuar sua tradição e costumas, da mesma forma que os gaúchos, os descendentes de alemães, mas não é por isso que vemos os gaúchos só andando a cavalo por ai, não é? Ou alemães com suas bermudinhas e chapeuzinhos andando pelo centro todos os dias? Porque os “índios” não podem cultuar seus costumes, línguas, tradições, religião e usar jeans, ouvir MP3, ou jogar PlayStation? Quanta ignorância. Mas se abrirem espaço para construir quem sabe uma casa étnica para representantes indígenas da região, tem sim que ficar claro a existência de grupos como os kaingang, guarani, e outros que tenham existido. E não dizer que tudo é índio, pois se assim for, então acabem com a metade das casas étnicas de hoje e englobem numa única casa só com a alcunha de “germanos”. Enfim, a questão indígena é muito delicada e infelizmente existe muito preconceito e porque não dizer, uma certa ignorância histórica.

Se a questão é se deve-se ou não criar um espaço para os “índios”, é claro que sim, mas com o devido respeito e importância que os mesmos merecem, e principalmente que nós historiadores, os ajudemos a resgatar a historia que os ditos civilizados fizeram questão de destruir, pois hoje se os indígenas estão na condição que estão é porque perderam sua cultura, destruída pelos colonizadores, e pelo preconceito de pessoas que os vem como diferentes do homem branco e que não devem ter uma vida contemporânea, com todas as comodidades que temos.

E que fique claro que índios, semitas, arianos, caminitas, etc, somos todos homo sapiens sapiens, com culturas diferentes, mas que ao se encontrarem contribuem de sobremaneira para a formação de uma terceira cultura, que no nosso caso é a cultura “ijuiense”, gaúcha, brasileira. Viva a liberdade e principalmente o respeito cultural.


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Juventude "inteligente"?

Quando falamos em juventude, sempre nos vem a mente um impeto de rebeldia, uma insana vontade de mudar o mundo, a força e a garra "típica" da idade que os anos ainda não sobrepujaram, mas infelizmente, realidade e idealismo são duas forças que nem sempre andam de mãos dadas.

Ontem a noite, enquanto o sono não vinha, estava a assistir na TV o programa "Profissão Reporter" que seria todo realizado sobre o Festival SWU, realizado na cidade de Itu - SP, onde o motivo do festival seria o de enfatizar a "sustentabilidade", por isso existiam muitas lixeiras espalhadas pelo local do evento, banhos racionados justamente para não haver desperdício, o valor do estacionamento era muito alto, justamente para forçar os espectadores a utilizarem transporte em grupo, entre outros fatores.

Mas assistindo ao programa, que decepção com nosssa juventude, pois de fato idealismo e realidade não andaram nem perto uma da outra.

Durante todo o periodo do festival, foram aproximadamente gerado 30 toneladas de lixo reciclável (imaginemos a quantidade de lixo orgânico), será que era este um dos ideais do festival?

Entre o lixo, podemos citar aparelhos celulares, dinheiro, calcinha, isso mesmo calcinha (o que será que a dona deveria estar fazendo para se livrar da mesma? já imaginou sua filha nesta situação? será que a dona da calcinha conhecia o rapaz que a motivou a despir-se de sua peça intima?), fora latas, garrafas e copos de bebidas (alcoolicas, digamos de passagem).

Contraditório o festival até aqui não?

Um outro momento muito interessante do programa, foi quando uma das reporteres perguntou a um espectador sua opinião sobre o Dj que embalava a multidão da noite do dia 11 de outubro. Sabemos que o Dj Tiësto é considerado um dos melhores Dj's do mundo pela crítica especializada, mas esperavamos mais de um "fã".

"Porque você gosta do Tiësto?"- perguntou a reporter do programa.
"Porque ele foi considerado o maior Dj do mundo" - respondeu o fã.

Bom, Hitler foi considerado um dos maiores assassinos do mundo, junto com Istalin, Pinoche, Mao Tse. Pablo Escobar já foi considerado o maior traficante das Américas, Osama Bin Ladem é considerado o maior terrorista da atualidade, todos indicados pelas respectivas críticas especializadas, e nem por isso gostamos deles. Claro que uma coisa não tem a ver com outra, foi apenas uma forma de abordar-mos que na realidade o juvem simplesmente "curte" o som do dj porque um grupo de pessoas disse que é o melhor, apenas por isso. Será que isso é exercer seu direito de escolha, ou o jovem é apenas um ótimo representante de nossa juventude de cabeça oca que serve de massa de manobra?

E depois sempre tem alguém que culpa esta ou aquela emissora de tv por empacotar "divertimento" de massa e dstribuir para a "galera", mas será que a culpa é da emissora X que está, como empresa que é, buscando seus lucros? Ou a culpa é de quem busca por este tipo de "divertimento"? Pois se todas as emissoras e não apenas x ou y, distribuem este tipo de divertimento em massa é justamente porque existe mercado para isto, pois se os jovens nãos gostassem as emissoras não iriam gastar dinheiro sem retorno.

O jovem apenas gosta porque meia duzia de críticos disse que Tiësto é bom, vejamos que não questiono o talento do artista, questiono a escolha e o que move nossos jovens nas mesmas. Esperavamos ao menos que o jovem, como um representande ideologico de mudança, renovação, idealismo e até um certo romantismo que a muito se perdeu de nossa juventude, dissesse que gostava do artista devido ao tipo de música que ele tocava (colocava, seria o mais correto), a sua maneira de ser publicamente, carater, a forma de embalar o público, as ações sociais que o mesmo faz parte (será que ele faz parte de alguma?).

Muitos jovens de hoje em dia dizem que gostam de bandas como U2, mas será que sabem que o Bono é um ativista social e ambiental? ou ao menos sabem o que dizem as letars de suas musicas? se soubessem talvéz se entusiasmassem mais e começassem a pensar por eles próprios.

Mas enfim, é como dizem: "Ao invés de perguntarmos que mundo deixaremos para nossos filhos, devemos nos questionar que filhos estamos deixando para nosso mundo".

E para a juventude:
Deixem de acreditar em teorias de conspiração, e esperar discos voadores embalados por "altas viajens" e encarnem o espírito de jovens a muito perdido num passado nem tão distante assim, ou será que terá que se levantar mais um regime de mãos de ferro, castratório e autoritário para que novamente, os verdadeiros caras pintadas e militantes surjam e façam a diferença, para que dignamente possamos dizer que os jovens é que são o futuro de nossa sociedade?

Pensem!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Fenadi 2010

2010, outubro, e mais uma FENADI, feira nacional das culturas diversificadas de Ijui.

O auge da festa, com certeza é a apresentações das casas etnicas, mostrando suas danças "típicas".

Na verdade, pouco tem de típicas as danças, pois são coreografias baseadas em movimentos realizados no passado, e que foram de certa forma coreografados afim de termos um belíssimo expetáculo, que podemos ver todos os anos, ainda mais com as participações especiais de shows internacionais, que as casas propriciam.

Pena que as casas, na maioria, não estão muito empenhadas em melhorar seus próprios espetáculos, pois a cada ano seus integrantes mudam, o que dificulta e muito o progresso de um grupo de danças (digo por experiência própria, pois já dancei e comandei muitos grupos em outros tempos).

Além do mais, uma grande falha em um espetáculo (pois é isso que temos, diga-se de passagem, um verdadeiro espetáculo de cores, beleza, e é claro de dança) é a perda de sua indumentária, ou de parte dela, o que causa uma grande perda visual, harmônica e até mesmo de concentração do bailarino.

O que será que acontece com nossos grupos? será que suas roupas não são de boa qualidade? ou será que pela falta de tempo, de ensaios, e porque não dizer, de empenho dos dançarinos, este ano, já no primeiro dia, dos dois grupos apenas que presenciei dançar, infelizmente vimos coisas muito tristes de acontecerem em um show.

No primeiro grupo muitos erros, que não caberiam em um show que tem a intenção de retratar etnias, mas vamos por partes:

-Um dos dançarinos não parava de assegurar e tentar erguer sua calça. Será que não poderia a costureira ter ajustado a cintura do rapaz? ou será que não poderia ter ele mesmo vestido melhor sua roupa, para não ficar caindo, ou até mesmo dar uns "pontinhos" para fixar a indumentária?

- Outra questão impressindivel a montar um espetáculo que retrate um grupo etnico, é lembrar que quando se usava aquelas roupas e se dançava daquela maneira em um lugar do passado, será que os homens usavam brincos? as mulheres usavam os cabelos coloridos ou curtissimos? existiam "Emos" em partes da europa medieval? O grupo de dança não é só a roupa, e sim toda uma caracterização e realmente "encarnar" o personagem que esta dançando.

- Sem falar na postura dos dançarinos, etc...

Já no segundo grupo que assisti, ainda bem que como sempre, estes trouxeram um show de nível internacional, que intercalado com seu próprio show abrilhantou a noite, mas estes também tiveram seus lapsos:

- Uma das dancarinas amarrou seu lenço tão firme no decorer da dança em volta de sua cintura que na sequência, onde deveriam novamente agitar seus véus, ela simplesmente não conseguiu desamarrar. Pontos negativos em harmonia.

- Outra dançarina, perdeu sua calça enquanto dançava (pra sua sorte este ano estavam de legging). Aqui entra novamente em questão a qualidade das roupas...

- O show belissimo, mas show, pois etnicidade.... pois pudemos observar muitas cores, beleza das dançarinas, um pouco de ginga, algumas asas que lembravam realmante as deusas egípcias, assrias e babilônicas, e talvez algumas divindades persas, o que ainda estaria caracterizado como "etnias" arabizadas, mas também pudemos observar algo como leques chineses, ou do extremo oriente, que no meu conhecimento como historiador não foram pontos conquistados pelos seguidores do profeta Mohammed...

Mas enfim, o que vale é o show mesmo, mas desde que corrigidos alguns pequenos deslizes e é claro que as casas etnicas se concientisem de que muitas e muitas pessoas se deslocam para ver as danças, então o mínino a ser esperado é que as as mesmas se empenhassem cada vez mais para que seus corpos de dançarinos possam brilhar mais e melhor nos próximos anos, e que possamos ver, quem sabe, os mesmos que estavam neste ano dançando melhor ainda na próxima edição da Fenadi

Até

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Círculo Kabalístico Bnei Beriah

Através do link http://alboberro.wordpress.com/ teremos semanalmente atualizações de ensinamentos da Torah, com base na sabedoria da Kabalah. Servindo como um pequeno manual do usuário para que possamos nos relacionar de forma mais harmônica conosco e com o mundo a nossa volta.

O blog conta com informações sobre história e sobre kabalah, sempre focando na instrução, conhecimento, filosofia e bem estar, auxiliando para uma vida integral, através do conhecimento de fatos marcantes de nossa história mundial bem como um outra visão para que possamos entender através de um outro aspecto.

Boa leitura!